A revolução das renováveis: baixo carbono ultrapassa 40% da eletricidade global em 2024
O Global Electricity Review 2025, elaborado pela organização internacional Ember, revelou um marco histórico para o setor energético: pela primeira vez desde os anos 1940, mais de 40,9% da eletricidade mundial foi gerada por fontes de baixo carbono englobando renováveis e nuclear em 2024. Esse avanço representa uma transformação estrutural na matriz elétrica global e um passo fundamental na luta contra as mudanças climáticas.
A análise reúne dados consolidados de 215 países, com base em informações disponíveis para 88 nações que, juntas, representam 93% da demanda global. Os números confirmam que a transição energética está acontecendo de forma acelerada e consistente, impulsionada por tecnologias limpas e por políticas de incentivo à sustentabilidade.
O salto histórico das renováveis
O principal motor desse crescimento foi a adição recorde de 858 TWh (terawatts-hora) de geração renovável em 2024, um aumento 49% superior ao recorde anterior. A energia solar se destacou como protagonista, expandindo 29% e dobrando sua produção global em apenas três anos, atingindo 2 TW de capacidade instalada o dobro do volume registrado em 2022.
Para se ter uma ideia da dimensão, 2 TW equivalem a toda a capacidade elétrica combinada de Índia, Estados Unidos e Reino Unido, sendo suficiente para abastecer 1 bilhão de residências. Pela primeira vez, a soma da geração solar e eólica superou a hidrelétrica como principal fonte de baixo carbono no mundo.
Protagonismo global: China, Índia e Brasil
Metade do crescimento renovável veio da China, responsável por 81% da expansão de baixo carbono no país. Sua capacidade solar atingiu 277 GW e a eólica chegou a 79 GW em 2024.
Na Índia, a capacidade solar adicionada dobrou em relação a 2023, com projeções da Agência Internacional de Energia indicando que o país poderá atender 100% de sua nova demanda com renováveis até 2030.
No Brasil, as fontes eólica e solar representaram juntas 24% da geração elétrica em 2024 um salto expressivo frente aos 5,8% de 2016 resultado de leilões, investimentos privados e maior competitividade. Hoje, mais de 85% da eletricidade brasileira já vem de fontes renováveis.
Desafios: calor extremo e avanço fóssil
Apesar dos avanços, o uso absoluto de combustíveis fósseis cresceu 1,4% no ano, principalmente devido a ondas de calor excepcionais que aumentaram a demanda por resfriamento, adicionando 208 TWh ao consumo global. Sem esse efeito climático, a geração fóssil teria crescido apenas 0,2%, já que 96% da demanda estrutural não climática foi atendida por energias limpas.
Além das temperaturas, o consumo foi impulsionado por mudanças estruturais na economia, como a eletrificação de setores intensivos em energia. Veículos elétricos, bombas de calor e data centers adicionaram juntos 195 TWh à demanda global. O avanço da digitalização e da mineração de criptomoedas também elevou a necessidade energética, com previsão de seguir crescendo nos próximos anos.
O futuro próximo: declínio estrutural dos fósseis
A Ember projeta que 2024 possa ter sido o último ano de crescimento líquido das emissões do setor elétrico, caso a tendência de expansão das renováveis se mantenha. A expectativa é que esse ano de 2025, o aumento da geração limpa supere a alta da demanda, iniciando uma trajetória de queda permanente no uso de combustíveis fósseis.
A intensidade de carbono da matriz elétrica global caiu para 473 gCO₂/kWh em 2024, uma redução de 2,3% em relação a 2023. A disputa agora não é mais sobre se os fósseis vão declinar, mas quão rápido essa redução vai ocorrer.
A visão da Argreen 💚
Para a Argreen, esses resultados são a prova de que o futuro da energia já começou. Estamos vivendo um momento em que o crescimento das renováveis não só acompanha, mas supera a demanda global, consolidando uma transição energética irreversível.
Nosso compromisso segue firme: entregar inovação, sustentabilidade e eficiência hoje, para garantir qualidade de vida, energia limpa e um planeta mais saudável amanhã. Atuamos para que cada projeto contribua para esse novo capítulo da história energética, no qual o progresso anda de mãos dadas com o respeito ao meio ambiente.